A série especial para TV de cinco episódios homenageia mulheres negras.
O destaque foram experiências de viajantes e da Bitonga Travel ao redor do mundo
Na segunda temporada da série “Mulheres viajantes”, o público teve a oportunidade conhecer e se inspirar a Bitonga Travel e mulheres negras viajantes. A série estreou em novembro, na semana da Consciência Negra. Durante 5 sábados, o canal 14 da Alares e o canal do YouTube da TV Unifor exibiram episódios, sobre histórias de mulheres negras viajantes.
Veja o primeiro episódio da série sobre a história da viajante Rebecca Aletheia
A série “Mulheres viajantes” foi uma parceria entre o Site Negrê e a TV Unifor, emissora acadêmica da Universidade de Fortaleza. Os episódios 1 e 2, mostram a história de Rebecca Aletheia, CEO da Bitonga Travel e de Josefa Feitosa, integrante do coletivo que aos 64 anos já vistou 68 países e 4 continentes.
Eu morava no Juazeiro, e as romarias me fascinavam. Ficava encantada com aqueles paus de arara chegando e com a movimentação de tantas pessoas. Naquela época, eu pensava que um dia também seria uma viajante.
Eu me aposentei em outubro de 2016, após trabalhar por 30 anos no sistema penal. Quando saí, queria me libertar de tudo, de todas as amarras. Comprei uma passagem para Belém com a intenção de conhecer alguns estados do Brasil. Além disso, eu também tinha em mente alguns países que gostaria de visitar. Acabou que eu fui conhecendo muito mais, viajar foi muito mais fácil do que eu pensei. E pra mim foi um sonho realizado. Conta Josefa Feitosa”
Veja o episódio sobre a história da viajante Josefa Feitosa
O último episódio da série foi dedicado à história e ao legado da Bitonga Travel. Com mais de cinco anos de existência, a iniciativa tem impactado e empoderado a vida de muitas mulheres negras dentro e fora do Brasil. Ela une mulheres, incentivando-as a se sentirem pertencentes a todos os lugares e a serem livres para viajar e explorar este mundo que pertence a todas nós.
“Enquanto pessoas pretas, nunca imaginamos que o mundo pode ser nosso, nem nos sentimos parte de um pertencimento ou capazes de transitar livremente por ele.
Hoje, as pessoas me reconhecem como uma viajante, e eu mesma me vejo como uma cidadã do mundo, acreditando que todos os lugares me pertencem e que posso percorrê-los com pertencimento. Viajar pelo mundo, como mulher negra, afirma meus direitos historicamente negados e transforma minha jornada em um ato político.
Esse território e essa liberdade nunca me foram concedidos; no entanto, aprendi que todos os lugares, mesmo assim, podem ser meus. Agora, sei que sou dona do meu caminho e tenho o direito de escolher para onde ir.”, explica Rebecca Aletheia.
Veja o último episódio da série dedicada à Bitonga Travel
A Bitonga Travel possui uma rede onde mulheres negras viajantes, mulheres que querem começar a viajar estão em contato diariamente apoiado e incentivando umas as outras em grupos do whatsapp, em encontros presencias que acontecem regionalmente em diversas partes do Brasil. A Bitonga também realiza viagens com foco no afroturismo, alguns exemplos foram as viagens realizdas pra África do Sul, Colômbia onde as viajantes tiveram uma experiência afrocentrada no Festival Petronio Alvaréz e viagens para quilombos no Brasil. O intuito é sempre a troca de experiências, empoderamento e vivência em grupo. Os próximos destinos da Bitonga incluem, por exemplo, Cuba, Jamaica e Angola.
