Chegamos ao último, mas certamente não menos importante, princípio da Kwanzaa: Imani, que significa fé. Para quem nos acompanhou ao longo desses sete dias de reflexão e celebração, muito obrigada!
Vamos falar de fé?
Falar de fé vai muito além de religião ou denominações. Fé é sobre o que acreditamos, sobre honrar nossos ancestrais, nossas tradições e os líderes africanos que abriram caminhos para nós. É também sobre celebrar os triunfos do passado diante das adversidades e nos conectar com as lições que nos foram deixadas.
Minha tia-avó Inocência, em uma conversa recente, compartilhou uma história que ecoa o significado mais profundo de fé. Ela contou que nossos tataravós, sequestrados de África, ouviram em seus vilarejos um aviso: um período muito duro estava por vir, mas era essencial que nunca perdessem a fé. Durante a travessia do Atlântico e os horrores da escravidão, essa fé foi o que os manteve. Minha tia-avó narra com orgulho que muitos em nossa família conquistaram a alforria antes mesmo da abolição.
O que seria isso senão um exemplo vivo de fé? Um compromisso de honrar os ensinamentos de nossos ancestrais e manter vivo o legado que nos foi deixado. É sobre acreditar no invisível, confiar no poder da coletividade e cultivar a esperança mesmo em tempos difíceis.
Imani – Fé!
Fé, neste contexto, também significa acreditar em nós mesmos e no nosso potencial de transformação. Quando honramos nossa ancestralidade, também reconhecemos a força e a sabedoria que carregamos dentro de nós. É uma reafirmação de que, mesmo diante das adversidades, somos capazes de criar novas histórias e caminhos para o nosso povo.
O exercício de hoje:
1.Onde você guarda a sua fé?
2.Você tem honrado seus ancestrais e os ensinamentos deles? Lembre-se de que nossos ancestrais não são apenas os que partiram, mas também os que ainda estão aqui, nossos griôs vivos, que carregam histórias e sabedoria.
3.De que forma você tem usado sua fé para fortalecer sua comunidade e inspirar outras pessoas?
Falar de fé é potencializar os sentidos, ouvir o que vem de dentro, sentir com o coração e permitir que esses ensinamentos nos guiem.
Agora, com o fim da Kwanzaa, temos diante de nós um ano inteiro para viver esses princípios e revisitá-los ao longo do tempo. Que possamos carregar o princípio da Kwanzaa Imani – Fé no coração, como uma força que nos move e nos conecta com nossas raízes e nosso propósito.
Lembre-se: fé não é apenas uma crença, mas também uma prática. Cada vez que agimos com confiança, ajudamos a construir o mundo que queremos ver.
Axé e até a próxima Kwanzaa!
Com Amor,
